A Felicidade é o caminho
Mahatma
Gandhi presenteou-nos com a seguinte citação: “Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.”
O que
torna esta consideração tão preciosa? Para mim, traduz que é no dia-a-dia, na
apreciação dos momentos, nos ‘passos’ que damos, que experimentamos a
felicidade. Mais do que a querer atingir, é apreciar cada momento como uma
oportunidade única e especial de a viver.
Já se
deve ter deparado com situações em que a pessoa queria muito obter algo, e, que
depois de o conseguir sentiu que já não era assim tão importante como pensava;
afinal não o fez feliz e acabou até por considerar que foi um desperdício de tempo/energia. Nesse
caso, provavelmente, a pessoa não teve percepção do valor central que estava
associado àquela aquisição. O que realmente aquele objecto/ dinheiro/
actividade/ qualificação/ relacionamento, lhe iria proporcionar em concreto? O
que estava a querer realizar especificamente com essa aquisição? O que ela lhe traria
para além da satisfação imediata? Só através do conhecimento e concretização
dos nossos valores fundamentais é que nos conseguimos sentir realizados, por
conseguinte mais felizes. É de salientar que o nosso grau de felicidade está
intimamente relacionado com a vivência dos nossos valores, pois somos mais
felizes quando vivemos genuinamente de acordo com os nossos valores.
Entenda-se
por ‘valores’ os princípios orientadores de cada pessoa, são como a nossa
bússola interna, que justificam as escolhas, sustentam as tomadas de decisão, e
ainda explicam os nossos comportamentos e reacções para com os outros. Ter o
cuidado de descobrir os nossos valores centrais é deveras importante para sermos
felizes e nos motivarmos a alcançar o que desejamos, levando-nos a assumir o
controlo das nossas vidas, a escolher realmente o queremos e a
comprometermo-nos verdadeiramente connosco. Por exemplo, se alguém valoriza a ética, o respeito e a integridade
no trabalho e na empresa onde trabalha não são vividos esses valores, a pessoa
sente-se insatisfeita, desmotivada e provavelmente procura outra oportunidade
que a faça sentir mais congruente com os seus valores.
Tendo ainda em conta que os valores são
contextuais (na esfera ‘relacionamentos’ pode-se valorizar mais a estabilidade e
na esfera ‘trabalho’ valorizar mais a aventura); são tendencialmente estáveis
ao longo da vida, e que existe um conjunto central de princípios fundamentais
intrínsecos em cada um de nós, torna-se essencial estimar bem o que está na
base do queremos para a nossa vida – ‘O
que estou a querer satisfazer e realizar
mesmo com a concretização desses objetivos?’. Só assim caminhamos com
felicidade, pois estamos já a satisfazer o que realmente valorizamos.
Assim, saber o que nos move transforma a
passagem à ação e o percurso subsequente em passos mais alegres, seguros,
agradáveis, gratificantes, que fortalecem a nossa auto-estima, inteligência
emocional e o compromisso para connosco – daí a felicidade ser o caminho.
Helga Gonçalves
Psicóloga, Coach e Facilitadora de Cura Reconectiva

Comentários
Enviar um comentário