Por um mundo igual
Muito se fala sobre o Dia Internacional da Mulher e sobre os motivos que explicam a sua importância e a pertinência da sua comemoração a uma escala global. Muitas pessoas dirão: "e o dia internacional do homem? Não tem direito?". Sim e também está contemplado no calendário a 19 de Novembro. É natural que não fale agora nesse dia, pois hoje é dedicado a todas as mulheres do mundo! Lá chegaremos!
Este dia tão especial tem como propósito reconhecer as conquistas das mulheres ao longo dos anos independentemente da sua nacionalidade, etnia, cultura, estatuto sócio-económico, posição política... É um momento para vermos o que foi alcançado quando reflectimos em retrospectiva.
Surgiu no âmbito das desigualdades laborais e ao longo dos anos foi se estendendo a outras áreas igualmente importantes como o direito ao voto, ao desempenho de funções políticas, a receber educação e formação profissional, à participação em domínios económicos e políticos, ao acesso às mesmas oportunidades que os homens, à autonomia, à independência. A oportunidade para SER, ESTAR E FAZER.
É um dia que se comemora e que reflecte anos e anos de lutas, de sucessos e de insucessos (mulheres que perdem a liberdade e/ou a vida na luta pelos direitos humanos).
Infelizmente neste mundo temos ainda muitas mulheres que são vistas como propriedade, como bens que se trocam, que se vendem, que se usam e deitam fora, como escravas. Tudo isto só por terem nascido mulheres.
E porque é preciso um dia para nos relembrarmos disto? É simples. Basta pensarmos porque é que nos nos lembramos e comemoramos o dia do nosso aniversário, o dia do nosso namoro, o dia do pai e o dia da mãe... Porque é importante e normalmente nessas datas olhamos para o tempo que passou, reflectimos, avaliamos, reconhecemos e vemos o que há ainda para fazer, para mudar e continuarmos a lutar, a viver.
Ainda há mulheres que são traficadas. Ainda há mulheres que morrem porque o marido morreu, porque foram violadas. Ainda há mulheres que são mutiladas. Ainda há mulheres que para fazer algo que querem precisam da autorização do marido ou do chefe de família. Ainda há mulheres que são escravas. Ainda há mulheres que não podem manifestar o que pensam. Ainda há mulheres que não são escolhidas para certos trabalhos ou para cargos de topo pelo facto de serem mulheres. Ainda há mulheres que ganham menos que os homens no desempenho das mesmas funções e tarefas. Ainda há mulheres que não têm acesso à educação. Ainda há mulheres que são obrigadas a casar. Ainda há mulheres que se tornam mulheres quando ainda são crianças ou adolescentes. Ainda há mulheres que não podem votar. Ainda há mulheres que são agredidas pelos companheiros. Ainda há mulheres que são assediadas sexualmente. Ainda há mulheres julgadas em praça pública por tentarem ser felizes. Ainda há mulheres a desejarem terem nascido homens porque a sua vida é um inferno.
Este dia não é para sensibilizar os homens, não é para ser mais um dia comercial. Este dia é para que TODAS as pessoas, homens e mulheres, reflictam e pensem em formas de promoverem a igualdade. Um caminho passa pela promoção, pela educação para a igualdade (na família, na escola e na sociedade) e, assim, conseguiremos mais mudanças a médio e a longo-prazo.
Este dia é tão importante para dizermos SIM À IGUALDADE, SIM AO RESPEITO, SIM AOS DIREITOS HUMANOS, SIM À DIGNIDADE, SIM À LIBERDADE, SIM À VIDA!
Lília Andrade
Psicóloga e Hipnoterapeuta Clínica

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