Amor e Sonhos
24
de Dezembro. É véspera de Natal. A mesa está pronta, o bacalhau a postos, os
doces à espera e a família a juntar-se. A agitação dos mais pequenos
intensifica-se. Esperam aguentar até ao
final da noite para o grande momento. Nas suas mentes surgem milhares de
ideias. Sonham com oportunidades e possibilidades. Sonham. Têm o direito de
sonhar, de criar, de imaginar, de viajarem por esse mundo sem saírem do lugar.
As
crianças sonham e os adultos suspiram por acharem que já não estão em tempo de
sonhar. É como se “adultez” fosse antónimo
de imaginação e de sonho…
Chega
a hora de partilhar afectos sobre a forma de presentes. Desta vez, são as
crianças que começam por presentear os adultos. Caixinha a caixinha, estes vão
descobrindo os seus presentes… Uns recebem “tempo”, outros “esperança”, alguns
“escuta activa” e os restantes “amor-próprio”. Em todas as caixinhas estão
“amor” e “sonhos”.
Num
mundo tão duro e complexo são as coisas mais simples que têm o verdadeiro poder
de transformar. Ao “cortarmos as asas” aos nossos sonhos estamos a dizer aos
mais novos que não vale a pena criar, nem imaginar, nem lutar pelo que
queremos. Ao corrermos de um lado para o outro estamos a dizer-lhes que não há
tempo para ter tempo, muito menos tempo para pensar e sentir. Ao não cuidarmos
de nós estamos a dizer-lhes que o amor-próprio é errado. Ao não lhes darmos
atenção estamos a dizer-lhes que eles não são importantes. Ao não os escutarmos
verdadeiramente, estamos a mostrar-lhes que as palavras não são importantes,
muito menos a sua visão das coisas.
Estes
adultos que acabaram de receber estes presentes finalmente perceberam que podem
sonhar, imaginar, fazer acontecer, criar, inovar e renovar. Estes adultos podem
sentir-se realizados e, assim, estarem disponíveis para amar, para estar, para
ser e para continuar a criar formas de mostrar aos mais novos que, afinal, o
sonho pode comandar a vida e que é no Amor (próprio e pelo próximo) que está a
resposta. E assim, a esperança renasce, age e a mudança acontece!
Feliz Natal!
Lília Andrade
Psicóloga e Hipnoterapeuta Clínica
Directora Técnica na maisHipnose – Espaço
Psicoterapêutico
In Revista de Natal do Jornal MaiaHoje 2016
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